quarta-feira, junho 20, 2012

Uma mulher nunca pergunta o caminho

Gostava de escrever sempre coisas bonitas e relevantes, mas isso exige um estado de espírito muito particular, e eu hoje não estou aqui.
Gostava de estar sempre comigo, mas hoje não estou.
Gostava de ir para casa, mas hoje não sei onde fica.
Podia escrever outra coisa bonita cheia de metáforas sobre protozoários e tecidos fibrosados (assim), mas hoje não me apetece. Hoje não dá. Hoje não quero. Hoje não sei de nada. Hoje só quero ir para casa.
O problema dos nómadas é esse, as raízes levantam-se-lhes com muita facilidade, as tendas voam e os camelos fogem. Quero ir para casa. E que esteja sol, e que não haja malária.
Hoje não estou aqui, não vale a pena baterem à porta que não estou aqui. Ou então batam na mesma, e se eu abrir, agarrem-me e não me deixem fugir, que eu tenho umas contas a acertar comigo.

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