terça-feira, janeiro 30, 2007

sábado, janeiro 13, 2007

Conformo-me.

Um dia leio e entendo... entendo que nunca entendi. Cai-me em cheio no fundo do estomago. Um par de chapadas na minha cara dormente.
E reparo finalmente que me tem passado totalmente ao lado. Fechada demais, aberta demais, lenta demais, racional demais para entender.
Sempre soube que não compreendia... mas sempre pensei que fosse ser sempre assim, tão natural e inevitável como não me ser possível ver as cores para além da radiação visível. E conformei-me, não sem algum ciúme dos que viam por completo ou dos que podiam tomar lugares nesse mundo que eu julgava serem-me vedados, mas conformei-me.
E como nessas alturas conformo-me também agora por saber que nunca vou poder tomar certos lugares noutros mundos... talvez não por me serem vedados, mas por não querer forçar as entradas sagradas de outros deuses.

sábado, janeiro 06, 2007

Recuso-me a ser Ricardo Reis!

Uma alegria é feita dum tormento,
Um riso é sempre o eco dum lamento
(...)
Florbela Espanca

Vão-se catar.

Devia ser mais egoísta, mais maldosa, mais despreocupada? Não me parece. Tenho que ser mais egoísta, mais maldosa, mais despreocupada? E quem és tu para saber o que eu tenho que ser?! Senhor do mundo e do conhecimento supremo. Possuidor da chave da felicidade... E se eu já for feliz assim? Sou feliz porque me ensinaram que ser feliz é isto? E não somos todos felizes ou infelizes de acordo com aquilo que julgamos ser a felicidade? Ora bolas, até parece que tu nasceste numa ilha deserta e foste criado por coiotes para saber como eu seria se tivesse nascido! Também tu julgas que a tua maneira é mais correcta por teres obtido bons resultados (?) agindo dessa forma! Mais egoísta, menos egoísta... e se a minha escala de prioridades estiver por outra ordem? E se eu for conformista e cobarde? Não somos todos, de uma forma de outra?! Ah, mas assim estou a impedir-me de viver... Não estás tu também? Não vives pelas mesmas regras e proibições gerais que eu? Não foste nascido e criado entre pessoas como eu? Podes sempre ir viver para uma tribo numa qualquer ilha perdida no pacífico, se achas que eles não têm regras, tabus, prioridades... Ou com os coiotes. Ou numa ilha deserta. Se eu devia ligar menos às pessoas, como podes tu querer ensinar-me isso? Se eu aprendesse, estaria já a ligar ao que dizes. As pessoas precisam de regras, eu preciso de regras. Orientações, qualquer coisa em que acreditar. Ah, pois, foi o que me disseste... E se eu quiser acreditar em mim? Não é lá muito original, mas á falta de melhor é o que se arranja. E se eu quiser acreditar no que me faz mais feliz? E se eu quiser ser optimista? Não me parece que vivas mais nem menos que eu, nem que estejas mais ou menos preparado seja lá para o que for do que eu. Também tu tens os teus muros, nem que sejam disfarçados pela presumida ausência dos mesmos. Eu não tenho as tuas experiências nem os teus medos. Talvez venha a ter, talvez esteja meramente a ser ingénua. Deixa-me ser feliz e acreditar que sei! Talvez um dia caia como tu, do alto do mais alto castelo que alguma vez sonhaste edificar e ganhe medo e uma independência forçada das pessoas. E talvez até descubra que assim sou mais livre e tenho os olhos mais abertos. Mas por enquanto sou feliz assim, e sou conformista e cobarde em não querer espreitar o desconhecido por medo que seja pior.
Se eu tivesse nascido e vivido sempre sozinha numa ilha deserta não precisaria de pessoas? Talvez, mas também nunca poderia confirmar se estaria melhor ou não com elas.
Não tendo nascido numa ilha deserta preciso de pessoas. Será que estaria melhor sem elas? Não me atrevo a descobrir.
E sabes que mais? Não me parece que vá ter de escolher.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

Memórias do que nunca foi

Destino? Sorte? Mera coincidência.

Circunstâncias e instantes que nos fizeram quem somos e nos puseram onde estamos. Mundos perdidos. Filosofias diferentes, músicas diferentes, linguagens diferentes, quase culturas diferentes chocadas em micro-ambientes aleatórios... mundos que podiam ter sido o nosso mas que, por acaso, não foram.
E se...?

E se eu tivesse nascido a 4 de Abril, entrado para a escola com 6 anos e seguido Humanidades?




Butterfly Effect