terça-feira, dezembro 29, 2009

Natal no país das Batatas

No país das batatas os gatos reproduzem-se na parte de trás das casas e escondem-se nas pedras dos muros das quintas. Por qualquer motivo que me transcende, são quase todos brancos.
No país das batatas, o almoço é ao meio-dia, e é cozinhado todo no mesmo tacho. As batatas são do quintal, o azeite é do lagar do sr. qualquer-coisa, o vinho "deixa cá ver como ficou este ano" e o queijo é do intermarché.
Os veterinários servem para vacinar vacas, médicos só indo à cidade.
Dá jeito saber ler para o banco não nos enganar e para ver as legendas da televisão.
No país das batatas não há cá éticas nem estéticas.
As batatas nascem da terra e as galinhas metem-se na canja e são bem boas.

Não estou a desdenhar desses sítios, mas eles desdenham de mim.
Eu só sei tocar piano e falar francês.

sábado, dezembro 19, 2009

Cheira a natal.
Cheira a quando eu era pequenina no verão, na casa de férias da minha tia-avó e me deram uma escova de dentes cor-de-rosa com um passarinho.
Cheira a verão.
Cheira à casa da minha avó, à casa dos meus pais, à casa da martina, à casa da costa, à casa de cabanas, à minha casa e à tua casa.
Cheira a batatas fritas. Outra vez.
Cheira à visita de estudo do 9º ano ao porto, naquela pensão que tinha pulgas e da qual mesmo assim iamos sendo expulsos.
Cheira a paris. (a micas cheira a paris)
Cheira a quando andávamos no ciclo e íamos no fim do verão ver as turmas e ficavamos horas a comer batatas fritas no papa 24 e a beber batidos e a dizer parvoíces. (o papa 24 cheira mal)
Cheira à minha gata. (a minha gata cheira a almofadas e cobertores fofinhos)
A minha almofada cheira a ti. (em lisboa, aqui não)