quarta-feira, junho 13, 2012

Os nomes das coisas

Comunicação.
Quando se fala em comunicação pensamos em escrever, em falar, em discussões por falta de comunicação, em comunicação social, e se tivermos imaginação ainda pensamos em comunicação gestual, braile e várias línguas, reflectimos que em todas as culturas humanas existe comunicação.
Sim senhor, mas quem disse que a comunicação tem que ser entre mais que uma pessoa? No liceu, em Filosofia, aprendia-se que a capacidade de ter pensamentos e reacções mediatas é o que nos distingue dos outros animais, e que esta capacidade vem do facto de termos conceitos. Como temos conceitos (linguagem), podemos formar pensamentos e raciocínios e desta forma compreender coisas por nós próprios. Então pensar é como que comunicar sozinhos utilizando conceitos pré-adquiridos. Por outro lado é-nos muito complicado compreender um raciocínio quando nos falta um dos conceitos envolvidos. Agora imaginemos que não sabemos sequer que existe linguagem. Imaginemos que somos surdos e cegos de nascença. Imaginemos o caos da nossa própria mente e a incompreensão em relação às regras e vidas dos outros. Imaginemos o caos. E agora imaginemos que eventualmente alguém nos consegue fazer compreender a linguagem, e de repente, formando conceitos sabemos onde estamos, onde estivemos ontem, o que temos nas mãos e o que pensamos disso tudo. Uma parte muito grande da psicologia foca-se nisto, porque como seria possível compreender o mundo e a nós próprios sem saber os nomes das coisas?



"w-a-t-e-r. It has a name!" - The Miracle Worker

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